Já se tornou cena comum que motoristas estacionem nas laterais da pista para filmar e fotografar o resultado de acidentes graves, alguns deles com vítimas fatais, como o ocorrido na manhã de segunda-feira, na BR-277 em Irati, no km 242+700 metros da rodovia, que vitimou o iratiense Luís Eduardo Andreassa.
No entanto, o inspetor Cláudio Adão, do Posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Irati, alerta que a conduta pode gerar multa. Na esfera íntima, os familiares dos acidentados podem, inclusive, processar quem produzir essas imagens e fizer exposição de caráter mórbido em redes sociais, por exemplo.
A orientação da PRF é para que o motorista evite parar num local de acidente, porque ele apenas tumultuaria a situação. “Claro que os veículos que pararam, e aqueles que presenciamos, vamos fazer a notificação. [O motorista] vai receber a notificação, porque aqui temos o trabalho do IML [Instituto Médico Legal], temos o trabalho do resgate, do guincho”, indica. Segundo o inspetor da PRF, a reunião de curiosos tumultua o atendimento por ser um grupo grande de pessoas que nada tem a ver com a ocorrência e que atrapalha o trânsito.
“A Polícia Rodoviária Federal vai, notificar, e depois eles [os motoristas] recebem [a multa] em casa. Nós orientamos uma vez; na outra vez, estamos notificando”, observa Cláudio Adão. A multa, nesses casos, é de 120 UFIR (R$ 127,69) e cinco pontos na habilitação (infração grave). “Em se tratando de fotos e vídeos, isso pode inclusive gerar processo, por parte da família da vitima”, adverte o inspetor.
No acidente que causou a morte de Luís Eduardo, foram contabilizados dezenas de veículos estacionados nas laterais da rodovia para observar o resgate da vítima. “Isso atrapalha e muito, porque aquela movimentação de guinchos, ambulância, enfim, todo o pessoal trabalhando, esses veículos estacionados acabam atrapalhando o serviço”, ressalta. Segundo Cláudio Adão, os agentes da PRF aplicaram as multas, pois todas as placas dos veículos foram anotadas.
“Logo que ocorreu o acidente e chegamos aqui, uns dez minutos depois, algumas pessoas residentes em Irati acabaram por fotografar e aventaram muitos nomes [de possíveis vítimas] e o pessoal, através da curiosidade, veio todo mundo parar aqui no trevo. A possibilidade de estar mais próximo do centro também ajudou [a tumultuar o resgate]”, comenta o inspetor Cláudio Adão.
Fonte: Radio Najua
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